Estamos comemorando 110 anos do nascimento de Jorge Amado e a festa será para os seus personagens. Criaturas que traduzem a imagem do povo, da cultura e da diversidade da Bahia marcada no imaginário de todos e que fazem com que o leitor se identifique como protagonista das suas histórias. Talvez seja esta uma das receitas do sucesso e da permanência da obra de Jorge Amado, um dos maiores patrimônios culturais do país, com mais de 37 romances publicados e repletos de personagens inesquecíveis. 

Jorge Amado foi um dos mais premiados e populares escritores brasileiros. Dono de uma obra numerosa, sempre privilegiando a Bahia como cenário de suas narrativas, cativou o público com suas histórias que foram largamente adaptadas para outras linguagens artísticas. Traduzido para 49 idiomas, em 57 países, é até os dias atuais aclamado nacional e internacionalmente. Jorge Amado conciliou realismo e lirismo poético, a temática sobre as desigualdades sociais e erotismo, trazendo consigo uma identificação afetiva com o povo brasileiro e revelando ao mundo o “jeito baiano de ser”. 

“Eu sou a luz das estrelas” - Canudos (BA)

Shirley Stolze

“Eu sou a luz das estrelas. Eu sou a cor do luar. Eu sou as coisas da vida. Eu sou o medo de amar.”

Inspirado na música “Gita” de Raul Seixas, esta imagem captura a beleza de uma noite estrelada. A luz das estrelas e a cor do luar iluminam a escuridão, revelando as coisas da vida que muitas vezes passam despercebidas. Ao mesmo tempo, a fotografia mostra o medo de amar, escondido nas sombras e no silêncio da noite. Sob o céu vasto e estrelado, uma casa solitária se torna um ponto de conexão entre o humano e o cósmico, lembrando-nos da complexidade e beleza da existência.

Serpente sob luz da Lua

Lulu Elar

Eu sou a cor do luar

Eu sou as coisas da vida
(…)
A mãe, o pai e o avô
(..)
Eu sou o início, o fim e o meio
Eu sou o início, o fim e o meio”
Gita, Raul Seixas e Paulo Coelho

Em diversas culturas de Abya Yala, Índia e toda a Terra, a Serpente é vista como divindade criadora da vida. Início, meio, fim, início…r

Dona de Casa

Antonio Jorge Studart

“A letra A tem seu nome
Dos sonhos eu sou o amor
Eu sou a dona da casa
Nos peg-pagues do mundo…”

Trecho de Gita de Paulo Coelho

Inspiração na dona de casa sertaneja, guerreira, que luta para sustentar sua família.

Eu sou o tudo e o nada

Tatiana Alves Guimarães

“Eu sou o tudo e o nada”

Posso ser abrigo
Posso ser perigo
Posso ser amor
Posso ser rancor
Qualquer significado podem me dar, quando querem me usar.

Ter por perto quem acredita em mim.

Gabriel Frank Inácio

Ter por perto quem acredita em mim.

Eu sou os olhos do cego

Ubiraci Mendes Santos

Música Gita de Raul Seixas “Eu sou os olhos do cego

E a cegueira da visão.

Frase: ” Sua visão se tornará clara somente quando você olhar para dentro do seu coração. Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, acorda.

Eu Sou

Daniel Aureliano


Minha fotografia reflete o “Eu sou” refletido em vários ângulos, sendo acessado em qualquer lugar, mas sendo eu mesmo.

“Ave Maria”

Mauro Henrique do Carmo

“Às vezes você me pergunta
Por que é que eu sou tão calado
Não falo de amor quase nada
Nem fico sorrindo ao teu lado

Eu sou a vela que acende

Carina Sampaio

“Eu sou a vela que acende

Eu sou a luz que se apaga
Eu sou a beira do abismo
Eu sou o tudo e o nada”.

Gita, Raul Seixas e Paulo Coelho.

A foto reflete esse trecho da música, pois as velas da Nossa Senhora da Boa Morte em Cachoeira evocam uma reflexão à espiritualidade que permeiam essa tradição.

De uma forma grandiosa, Raul usou a metáfora da luz. A luz das velas dessa procissão representa, não apenas, a iluminação para o caminho dos fiéis, mas também simboliza a esperança, a fé e a conexão com o sagrado.

Que Gita seja a reflexão para o nosso caminhar e que a chama das velas seja um lembrete constante do poder da fé e da proteção divina. 

Eu sou os olhos do cego. E a cegueira da visão"

Paula Froes

A imagem captura a serenidade e a reflexão de um momento solitário da pesca ao pôr s sol. O trecho da música reflete a dualidade e a onipresença do eu lírico. Os olhos do cego simbolizam a esperança e a luz espiritual além das limitações espirituais, enquanto a cegueira da visão sugere que a verdadeira percepção vai além dos que os olhos podem ver.